O que te motiva a continuar incentivando a NotCo?

O fato de ainda termos um longo caminho a ser percorrido se quisermos, de fato, consertar o sistema de alimentação. É nosso dever diário melhorar nossa tecnologia e ciência para permitir que isso aconteça: apresentar comidas maravilhosamente saborosas, acessíveis, eficientes no uso de recursos, sustentável e que proteja os direitos dos animais. Fizemos isso, mas ainda em pequena escala. Nossa ambição é criar uma nova maneira de fazer a comida que amamos comer, as comidas de origem vegetal.


O que te fez entrar para a equipe da NotCo?

A ideia de que a combinação das tecnologias por aprendizagem por máquina e das descobertas da ciência poderia resolver os enigmas mais desafiadores da humanidade: criar alimentos incrivelmente saborosos que também podem ser bons para o corpo, o meio ambiente, os animais e que nos ajudem a distribuir nutrição usando menos recursos do que temos hoje. Isso será um rompimento, quando pudermos imitar tudo o que realmente amamos nos alimentos, mas que não venham de fontes ineficientes e ambientalmente agressivas – com base na criação de animais, e, sim, das plantas. A ideia de encontrar a resposta entre as mais de 400.000 espécies inexploradas de plantas existentes no mundo sempre foi emocionante e, ao fazer isso, entendemos que o que pensávamos impossível há apenas alguns anos agora é um fato.


Por que a NotCo é importante (em suas palavras)?

Porque estamos criando uma tecnologia e uma ciência que permitirão que as espécies vivam (humana e não humana). Não é nenhuma surpresa que o sistema alimentar tenha se tornado o principal mal ambiental conhecido pela humanidade, estou falando de desmatamento, uso da terra, escassez de água, esgotamento dos oceanos... O problema que você quiser indicar. Tudo começa e termina com a criação de gado para carne. A produção industrial de animais é a forma mais agressiva de criar nutrição para uma população em crescimento. Se pudéssemos voltar no tempo e perguntar à ciência qual é a melhor e a mais eficiente maneira de alimentar os mais de 7 bilhões de pessoas que habitam nosso planeta, com certeza, a resposta não seria os animais. A principal teoria que estamos tentando provar é que, por milênios, alimentamos os animais com plantas para produzir nosso leite, queijo, ovos e carne... A questão é: podemos fazer nosso leite, queijo, ovos e carne apenas das plantas e tirar os animais da equação? Cortar o homem do meio? Certamente, isso tornaria o sistema alimentar mais saudável e sustentável, tendo como desafio o gosto. Provamos que isso é possível em 4 países, agora o mundo aguarda.

Qual a sua importância para a empresa? Qual a sua contribuição?

Eu sou o CEO da empresa, e minha principal tarefa é manter esse navio navegando sempre, seja dia, noite, sol ou tempestade. Para isso, preciso garantir que sou eficaz e consistente em transmitir a missão e a visão à empresa e aos produtos: porque fazemos, como fazemos e o que fazemos, nessa ordem exata. Tive muita sorte de ter encontrado ótimas pessoas que, juntas, formam uma equipe exponencial que está sempre me ajudando a ampliar essa mensagem, executando estratégias e planejando a construção de blocos para alcançar nosso objetivo principal. Quando você só tem a visão, é chamado de visionário. Quando você só executa, no máximo, você se torna um gerente ou um executivo. Meu objetivo é trazer autoconsciência aos colaboradores que me cercam e à empresa e entender que as equipes realizam grandes feitos, não somente um bom CEO.